Sapatos Vermelhos

Posted in Sem categoria on 01/09/2010 by Gabriela Paulin

– Hum…lembra aqueles sapatos vermelhos que eu trouxe…maravilhosos? – Ele perguntou.
– Claro que lembro. – Ela respondeu sorrindo e exibindo os sapatos que lhe calçavam o pé. – Eles realmente são maravilhosos.
– É…eu sei, por isso os comprei. Mas, na verdade o que eu quero dizer é que eu os achei maravilhosos…hum…em mim e não em você…
– Mas…
– É…
– Então quer dizer…
– Quer…
– Ah…
– Pois é…
– É
– Então você…
– Sim..
– Ah…
– Ok então… – Ele se levantou e já se encaminhava para a porta quando se lembrou de algo e se voltou para ela. – Hum…os sapatos?
– O que tem?
– Eles são maravilhosos…
– Nós já falamos sobre isso…
– É…bem…
– Sim…
– Eu os quero de volta…
– Filho da…
Ele pegou os sapatos e, feliz, saiu.

Gabriela P.

Texto de maio de 2008. Ah! as aulas a tarde da faculdade…

Lagartas no Jardim

Posted in Sem categoria on 31/08/2010 by Gabriela Paulin

– Tá, o que você entende como uma coisa boa? – Ela perguntou com um ar curioso.

– Sei lá, uma coisa boa é uma coisa boa, talvez um abraço seja uma coisa boa, talvez se apaixonar seja uma coisa boa, não sei está bem, por que você sempre faz isso? – Ele falou irritado.

– Isso o que? Eu só fiz uma pergunta, não precisa ficar todo esquentadinho. E pro seu governo nada do que você falou define uma coisa boa…

– Por que você quer saber o que eu penso de coisa boa, caramba, o que você pensa de coisa boa?

– Eu não sei e é por isso que eu quero saber, entende, como é saber que algo é bom, que isso que você faz todos os dias é bom. Eu só queria entender. – Ela caiu na cadeira com um ar derrotado.

– Olha Justine, você vai entender, você vai ver o que é uma coisa boa, eu não posso te explicar, é que nem explicar o que é estar apaixonado, eu acho que quando você ver uma coisa boa você vai saber. – Ele passou a mão nos cabelos delas e se retirou, ela ficou alguns instantes sozinha encarando a parede, respirou fundo e se levantou caminhando de um jeito determinado até a cozinha onde sua avó se encontrava.

– Vó o que é estar apaixonado? – Ela perguntou sem rodeios a vó a olhou intrigada e fez um gesto para que ela se sentasse, serviu café e alguns bolinhos e ficou encarando a neta por um tempo.

– Quem é ele? – Ela perguntou a olhando desconfiada.

– Quem é quem vó? – A garota perguntou confusa.

– O rapaz por quem está apaixonada?

– Como eu posso estar apaixonada se eu estou querendo saber o que é estar apaixonada, caramba!

– Não precisa ficar nervosa Justine, como eu posso saber, nunca estive apaixonada. – A avó se levantou e voltou a seus afazeres ignorando completamente os resmungos que a neta dava.

– Pera ai, se você não se apaixonou como teve dez filhos com o vovô? – A garota perguntou curiosa.

– Simples, eu só fiz sexo doze vezes na minha vida inteira, a primeira vez que eu não engravidei, os dez filhos e aquele filho que eu perdi depois da sua mãe. – Justine encarou a avó incrédula.

– Obrigada por nada vó. – Disse isso e saiu em direção ao quintal não sem antes escutar um mal criada saindo dos lábios da avó.

Ela foi para o jardim, um jardim maravilhoso por sinal, presente de casamento dado por seu avô para sua avó, desde criança achava aquilo um gesto maravilhoso, um presente como aquele, representando vida. A vida de sua mãe e de seus tios, que seriam criados brincando naquele jardim, a sua própria vida e a de seus primos e, ela esperava, a vida de seus filhos e dos filhos de seus primos. Ficou sentada lá esperando algo importante acontecer enquanto observava uma fila enorme de lagartas procurando por uma nova folha para se acomodarem. Lembrou de quando era criança e as coisas pareciam tão simples, um beijo era um beijo e o amor era simples, nada tão complexo. Se perguntou novamente porque queria saber tanto como era estar apaixonada. Suspirou fundo e a resposta veio imediatamente a sua cabeça. É verdade, ela se falou, e voltou sua atenção para as lagartas.

– O que faz aqui sozinha Justine? – Tomou um susto ao ouvir seu nome dito assim tão de repente que por um momento achou que as lagartas estivessem falando com ela. Olhou para trás procurando pela voz e deu de cara com seu avô sentado numa cadeira de praia velha, tomando pinga e fumando um cigarro.

– Acho que estou pensando, eu gosto de sentar aqui e pensar. – O avô sorriu e fez um gesto para que ela se aproximasse. Encheu um segundo copinho com pinga e ofereceu a garota, fez a mesma coisa com o cigarro, ela aceitou os dois.

– Acha não, evidentemente você estava pensando, e por um bom tempo devo dizer, nem percebeu quando eu me acostei aqui.

– Faz muito tempo que está aqui?

– Não muito. Consegue fazer isso? – Disse ele fazendo perfeitos arcos com a fumaça do cigarro. Ela olhou para aquilo fascinada e tentou reproduzir o mesmo efeito, a tentativa não deu certo.

– Não.

– O que está atormentando essa cabecinha complicada sua hein?

– Acho que a vida na verdade, por que é tão complicada, eu não lembro de ser tão complicada. Eu lembro de sentar no jardim e observar as lagartas e aquilo seria só isso, observar as lagartas, eu não pensaria, não questionaria e nem temeria a resposta, mas hoje, não sei por que está tão difícil e mesmo que eu faça as perguntas certas eu não recebo nenhuma resposta concreta é tudo tão vago e sem sentido que eu acho que finalmente enlouqueci.

– Bobagem sua minha querida. Você já parou pra pensar que talvez as suas perguntas sejam as erradas?

– O pior é que já, faz uma semana que eu ando questionando as pessoas, eu faço as perguntas bem objetivas, sou direta e pergunto logo o que quero saber, mas cada um me dá uma resposta diferente e mais complicada do que a outra.

– O que você quer saber afinal hein?

– Vô…você já se apaixonou? – O velhinho a encarou e caiu na gargalhada. colocou mais uma dose de pinga no copo dos dois e acendeu mais um cigarro, dessa vez só para ele. – Não estou vendo graça nenhuma na minha pergunta. – Justine falou irritada.

– Desculpe querida, mas a sua pergunta é tão boba quanto a de uma criança de cinco anos. – Ela o encarou indignada. – Olha, eu tenho uma idéia do que você quer saber, como é estar apaixonado, estou certo? – Ela concordou relutante. – Bom, ninguém sabe ao certo o que é estar apaixonado Justine, isso acontece de um modo diferente para cada pessoa, tem pessoas que acham que se apaixonar é achar a outra pessoa bonita, tem gente que acha que é um sentimento quente que nasce dentro do peito, que é o coração se acelerar, suar frio, gaguejar, ficar vermelho, mãos suadas, boca seca e milhares de sentimento que só o amor pode provocar, mas na minha opinião se apaixonar é muito mais do que isso e que é impossível colocar em palavras. – Justine o encarava abobada.

– Você é apaixonado pela vovó?

– Mais do que ela possa imaginar. Sua vó me deu muito mais do que eu podia querer, me deu vida, tanto com esse jardim quanto com nossos filhos e cada dia que passa, principalmente pelas manhãs, quando eu acordo e a casa está cheirando a café e eu encontro sua avó no fogão com aquele avental florido amarrado na cintura e com aqueles cabelos grisalhos presos num coque, o cigarro na boca e a xícara de café do lado dela preparando bolo de fubá eu me apaixono tudo de novo. É sempre assim, todas as manhãs desde que eu a conheci.

– Mas ela disse…ela disse que nunca tinha se apaixonado. – Justine falou confusa e emocionada, nunca tinha ouvido nada daquele tipo.

– Eu estava tirando sarro da sua cara Justine. – A avó disse se aproximando deles, rindo junto com o marido.

– Por que?

– Porque você parecia tão empolgada em receber uma resposta que só você poderia encontrar, ao invez de responder eu resolvi mentir, foi bem mais fácil.

– Não é a toa que eu sou louca. – Ela resmungou para si mesma.

– Eu lembro exatamente do dia em que eu me apaixonei pelo seu avô. Eu era jovem e vivia andando pelas ruas, adorava andar e ler, e sempre carregava um livro na mão. Vivia da biblioteca para casa e, graças a Deus, a biblioteca era longe. E um dia, eu lembro que estava nublado e frio, chuviscando eu acho, eu entrei na biblioteca e esbarrei com alguém, era seu avô com a namorada dele, uma beldade qualquer, ele me olhou e eu dei um sorriso muito forçado e me dirigi as prateleiras nem reparei que tinha deixado cair meu livro, ele se voltou para mim, me devolveu o livro e me deu um beijo na bochecha, eu não sei porque ele fez aquilo, foi um gesto tão inesperado e tão inapropriado que acabou me conquistando e eu me apaixonei. Até hoje quando ele me beija na bochecha eu me apaixono de novo. – A avó se voltou para o marido e recebeu um beijo na bochecha.

– Eu não imaginava. – Justine comentou. – Vocês não aparentam serem tão apaixonados assim um pelo outro.

– Nós guardamos isso para nós mesmos, não precisamos ficar exibindo coisas que sabemos que existem, e é bom porque isso é algo nosso, que só nós sabemos.

– Por quem você está apaixonada?

– Eu não sei se estou apaixonada, e meu Deus olha a hora, eu tenho que ir, obrigada vocês dois. – Ela disse beijando as faces dos avós e saindo correndo do jardim.

– Eu sei o que é uma coisa boa. – Ela disse de repente o assustando.

– Caramba Justine, você tinha que ser assim tão sorrateira, nem notei você entrar.

– Eu não me importo, não ouviu o que eu disse?

– E o que seria essa coisa boa que você descobriu.

– Quando você passa as mãos no meu cabelo. – Ela disse se ajoelhando de frente a ele e recebeu um olhar confuso.

– Você acha isso uma coisa boa? Mas é só um gesto. – Ela pegou as mãos dele e fez com que ele as passassem em seu cabelo. Ela soltou e deixou que ele continuasse.

– Eu acho isso uma coisa boa porque ele é muito mais que um simples gesto pra mim, você se lembra quando nos conhecemos, no jardim do meu avô? – Ela perguntou o encarando nos olhos.

– Como poderia me esquecer, você estava tão bonitinha vestida com um vestido de bolinhas vermelhos enquanto segurava a filha do seu primo no colo. – Ele disse rindo e ela ficou irritada.

– Era uma festa a fantasia e ela queria que eu fosse como a Minnie, mas você está fugindo do assunto Joaquim. – Ele gargalhou mais um pouco e depois pediu desculpas.

– Mas o que tem esse dia?

– Você lembra que esbarrou em mim sem querer e eu cai no chão e bati a cabeça na quina da mesa, que doeu um bocado e eu tinha lágrimas nos olhos, se lembra disso? – Ele fez que sim com a cabeça e mandou que ela continuasse. – E ai, você me levantou e passou a mão na minha cabeça dizendo que um carinho sempre cura a dor…

– Minha avó costumava dizer isso.

– Então, isso é bom porque foi nesse momento que eu descobri que gostava de você, eu fiquei te encarando enquanto você acariciava meus cabelos, dizendo que ia parar de doer logo, que não era nada e depois você ficou a festa inteira comigo, todo preocupado e até o fim daquela festa você já… já me tinha apaixonada. – Ele olhou para ela e parou de acariciar seus cabelos, ostentava um olhar sério e esperançoso, como se o que ela fosse dizer a seguir mudaria tudo. – E depois que já estávamos juntos, quando meus pais morreram e você estava no enterro comigo, passando a mão na minha cabeça e dizendo que tudo ficaria bem, eu me apaixonei de novo, e hoje a tarde quando você saiu e passou a mão na minha cabeça, eu também me apaixonei de novo, e o que eu estou querendo dizer é que sempre que você passar a mão na minha cabeça eu irei me apaixonar por você novamente, o que eu quero dizer, Joaquim, é que sim, eu aceito me casar com você.

– …

– Eu quero me apaixonar por você tudo de novo todos os dias, quero um jardim com lagartas para que nós possamos observá-las trocarem de folhas para o resto de nossas vidas, para quando ficarmos velhinhos colocarmos nossas cadeiras de praia velhas e ficarmos observando o céu no verão enquanto nossos filhos ou netos brincam, para que nossa neta complicada possa perguntar o que é estar apaixonada. Eu quero poder dizer pra ela que isso a gente não sabe colocar em palavras.

– Eu quero tudo isso também. – Joaquim falou um pouco confuso acariciando a cabeça de Justine.

Gabriela P.

Esse texto eu escrevi no final de setembro de 2006, eu acho, e fazia parte de um outro blog, mas eu realmente gosto dele pra caramba e é uma das poucas coisas otimistas que eu escrevo. Acho que tenho que trabalhar mais esse meu lado…

Dia da preguiça

Posted in Sem categoria on 20/08/2010 by Gabriela Paulin

Hoje eu me dei o direito de um lazy day. Um dia de preguiça total.

Não foi premeditado, porque eu já tinha me dado esse direito na terça-feira, quando estava um frio de rachar e eu ignorei completamente meu pai quando ele veio me acordar. Os cinco minutos de sono se transformaram em dez que se transformaram em cinco horas.

Só que hoje eu encarei as coisas como um sinal na tentativa de impedir a situação “arrombada” de acontecer novamente. A situação “arrombada” aconteceu na sexta-feira passada (estou começando a achar que a sexta tomou o lugar da segunda no que se refere aos meu dias ruins), quando fui na 25 de março e no meio do caminho interagi com um mendigo – e seu cachorro – que, aparentemente, não gostou muito do fato de eu estudar na faculdade que estudo e começou a gritar que eu era arrombada no meio da rua.

Tudo bem, passou e eu ri da situação.

Hoje eu acordei no horário normal, tomei banho e me troquei. Sai atrasada porque passei alguns momentos tentando tirar o gato do telhado. Peguei o ônibus normalmente como sempre faço. Tinha um garoto estranho que ficava olhando pra mim e tentando puxar assunto. Ignorei. Não sou uma pessoa matinal, só começo a funcionar depois das dez.

No caminho eu estava dividida entre fazer uma promessa para que o professor faltasse e me equilibrar. Desisti da promessa quando lembrei que passei dois meses sem chocolate e um mês sem minha amada coca-cola.
O ônibus quebrou.

Perfeito, era a desculpa que eu queria para justificar que hoje não seria um dia bom se eu saísse de casa. Voltei correndo.

Agora estou sentada na mesa da cozinha, escrevendo e ouvindo  trilha sonora de “Quase famosos”. Amo esse CD, me lembra coisas legais, viagens e festas. Amo o filme também. Precisava assisti-lo novamente. Tem um solzinho entrando pela porta da cozinha e eu já fumei uns cinco cigarros sentada no chão, brincando com os gatos.

Assim como a Tchulli, já fiquei uma hora estirada na cama do meu irmão. Ele abriu a janela e a cama estava ensolarada. Já assisti a dois filmes. Não tem coisa mais gostosa do que ficar vendo televisão na cama de manhã, principalmente quando eu deveria estar numa aula onde eu não conheço ninguém e o professor adora falar.  Daqui a pouco acho que vou me jogar no quintal com os cachorros. Nesse momento eles estão estirados no sol, desmaiados e parece ser a coisa mais preguiçosamente deliciosa de se fazer hoje.

Eu ainda tenho que trabalhar, mas isso é só um mero detalhe nesse dia que eu tirei pra mim.

Por isso gosto desses dias de preguiça. Ele é só meu pra fazer o que eu bem entender. Daqui a pouco vou colocar Rolling Stones e sair pulando pela casa, vou fumar mais um cigarro e comer a primeira porcaria que aparecer na minha frente.

A música continua alta, do jeito que eu gosto e o sol continua brilhando da maneira mais maravilhosa possível.

Só isso…

Posted in Sem categoria on 14/07/2010 by Gabriela Paulin

Eu gosto de pensar que sou uma pessoa complicada. Não porque eu acho que isso é sexy ou que é legal ser diferente dos outros, mas porque é a única maneira de justificar as coisas que eu faço. Minha tendência autodestrutiva, depressiva e pessimista.
Se eu for analisar, não tenho motivo nenhum pra ser qualquer dessas coisas. Moro numa casa legal, tenho uma ótima relação com meus pais (tudo bem que nesse cenário eu sou a mãe e eles os filhos, mas ainda assim é ótima), tenho amigos maravilhosos que eu gosto de pensar que realmente gostam de mim, estudo num lugar bacana e finalmente abandonei aquela personalidade introspectiva que me assombrava no colegial e que me deixava com um semblante carregado toda vez que eu punha o pé na rua.
Mas ainda assim, com todas essas coisas que eu considero positiva, eu continua me destruindo, continuo me deixando afundar num sentimento pessimista e muitas vezes curto uma depressãozinha. E eu realmente detesto isso.
Numa coisa eu sei que mudei, a depressão eu curto sim, mas por apenas um dia. Deixo ela cair sobre mim como um liquido que me ensopa inteira, aproveito, sinto seu cheiro, sua presença e durmo. Depois de acordar não quero mais saber dela, não quero nem ouvir falar nela, como se ela fosse uma pessoa ingrata que me magoou e foi embora. Fica só na lembrança, perdida entre tantas outras memórias. De vez em quando ela volta, mas todo esse processo se repete.
Como há dois fins de semana atrás, quando fui numa festa junina e por um motivo que é mais pessoal do que o que já estou expondo aqui eu me deixei ficar deprimida. A coisa veio tão de repente que me vi pegando um taxi pra ir embora – eu detesto pegar taxi, ainda mais quando eu não tenho dinheiro pra esse luxo -, precisava desesperadamente me livrar do mundo. Larguei tudo, tirei as roupas e me enfiei na cama. Liguei qualquer filme no DVD só pra companhia. Não chorei.
Infelizmente ou felizmente, sei lá, minha capacidade de chorar diminuiu muito desde as brigas mais clássicas com o meu pai. Naquela época eu virava uma cachoeira, hoje se cai uma lágrima já fico muito feliz.
Agora, a tendência autodestrutiva veio pra ficar. É impressionante o que uma pessoa com dedos pode fazer a si mesma, ainda mais quando ela é flexível. Passei horas com meu psicólogo falando sobre isso, tentando descobrir porque, mas nunca cheguei a uma conclusão sobre isso, nuca descobri o porque, só as conseqüências. E elas não são bonitas.
E com a depressão e a destruição é impossível não ser pessimista, se bem que eu ando tentando ver o lado positivo das coisas. Depois de anos, meu pai finalmente conseguiu enfiar aquele mais (+) na minha cabeça. Depois de tanto ouvir ele falar que temos que encarar o lado bom das coisas eu comecei a perceber que talvez ele tivesse razão, porque pode estar chovendo lá fora, mas você tem uma desculpa pra ficar dentro de casa enrolada no cobertor.
Só que depois de escrever tudo isso, a única conclusão a que consigo chegar é que é tudo uma grande besteira. E eu não sou uma pessoa complicada, pelo menos não tanto quanto qualquer outra pessoa. Duvido que mais ninguém se sinta dessa maneira ou não seja autodestrutiva em algum momento. As minhas cicatrizes são visíveis,  porém elas são só isso cicatrizes.

Gabriela Paulin

Inquietação

Posted in Sem categoria on 10/07/2010 by Gabriela Paulin

De vez em quando, na verdade quase sempre, mas eu estou tentando deixar de ser muito dramática, bate uma inquietação em mim. Uma inquietação derretida, que corre minhas veias e queima. Uma vontade louca de fazer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Lavar o quintal se torna uma aventura, cheia de bichos selvagens e coisas estranhas (ok, besouros e cocôs, mas ao meu ver são selvagens e estranhos), lavar a louça então, praticamente um casamento, o garfo fica com a faca e os copos com os pratos, a combinação perfeita!

É um tanto triste isso, me divertir com tarefas domésticas, mas eu tenho que ser criativa.

Terça-feira por exemplo, cansada de esperar por uma coisa que eu tenho quase certeza de que não irá acontecer, resolvi sair de casa. A faxineira também ajudou, matraqueando sem parar sobre tragédias alheias, o que me deixou num estado um tanto depressiva e as paredes do meu quarto pareciam diminuir com o passar do tempo.  Sai, fui para a loja da minha mãe, ela tem uma espécie de gráfica no Itaim Bibi junto com a minha tia e lá, pelo menos, sempre tem um fluxo grande de pessoas, coisa que eu precisava – um pouco de interação humana.

Eu falei que deixaria o drama de lado, mas simplesmente não consigo. Pra que? Tem que ter um pouco de drama na vida, pra ela ter alguma graça, tipo uma tragicomédia. O fato é que eu adoro ser dramática…

Eu fui no Itaim com o pretexto de comprar um celular, já que o meu foi tão descaradamente furtado num ônibus, junto com o meu Ipod, coisa que me deixou muito mal porque, por mais que isso possa ser anti-social, já que o fone de ouvido te aliena das pessoas a  sua volta (não que elas possam acrescentar alguma coisa em minha vida, mas de vez em quando é legal conversar num ônibus), eu não vivo sem minhas músicas. Mas tudo bem.

Cheguei lá, a loja estava um tanto vazia, só minha mãe, tia e um novo funcionário cujo o nome não me vem a cabeça agora, por mais que eu fale com ele quase todos os dias. Isso pode soar grosseiro, não lembrar um nome de uma pessoa que você fala todos os dias, mas no meu caso, como quase sempre, eu esqueço de perguntar o nome e já trato a pessoa como se a conhecesse há anos, o que dificulta, eventualmente, perguntar pelo nome sem soar como uma cretina. “Qual o seu nome mesmo?”, depois de dois meses conversando com a pessoa não fará de você uma pessoa melhor, tenha isso em mente.

Enfim, meu passeio acabou me levando a nova loja da Marisa Lingerie e, posso falar, foi muito bom. Nunca vi tanta variedade num lugar só, e uma coisa mais linda que a outra. Definitivamente larguei as calcinhas sóbrias. Preto? Blergh! Tem que ter um pouco de colorido na vida, foi a conclusão a que cheguei esse ano, e isso se reflete nas suas roupas de baixo. Tudo bem que um homem com uma cueca verde limão é um tanto brochante, mas se você é mulher, compre calcinhas e sutiãs coloridos. É muito mais divertido!

O celular ficou de lado. Ninguém me liga mesmo, pra que ter um aparelho que só vai atrapalhar minha vida e sugar meu dinheiro, que já não é muito.

De qualquer jeito a inquietação continua ali, guardadinha esperando pra sair. Afinal é férias e meu horário de trabalho não permite muita abertura quando o assunto é passear, mas pelo menos eu tenho os fins de semana pra curtir, então meu quadro não é tão desesperador. É ruim esperar o sábado chegar, e ficar trabalhando numa sexta-feira a noite quando todo mundo que você conhece está se divertindo e ninguém vai entrar no MSN ou no Facebook pra te fazer companhia.

Mas são coisas com as quais já estou acostumada. Pelo menos hoje é sábado e, depois de me aventurar no quintal e de trocar a caixa de areia dos gatos, eu vou sair…

Gabriela Paulin

Fééééériass…

Posted in 1 on 24/08/2009 by Gabriela Paulin

Depois de quase dois meses em casa  a vida voltou a funcionar. Férias é assim, né, planejamos inúmeras coisas, saidas, bares, baladas, e no fim nem um terço disso se torna realidade, pelo menos comigo. Pra mim, férias é aquele período que eu me desligo de tudo, do cotidiano, da manhã, da hora certa pra dormir e acordar e dos trabalhos.

Por alguns dias, isso funciona muito bem. Eu acordo tarde, como na hora em que quero e a madrugada é quando as coisas realmente acontecem. Mas, depois de um tempo, tudo isso se torna tão comum, tão rotina, que as férias perdem aquele aspecto de férias e acordar tarde e não fazer nada se tornam praticamente uma obrigação. Sendo assim, por que é tão difícil me desfazer disso? Eu geralmente só apareço na faculdade uma semana depois que as aulas começaram, na maioria das vezes alegando que tenho que acostumar meu corpo com a rotina de acordar cedo e trabalhar tarde, mas quando, na verdade, não faço nada disso. Ano passado eu tive a desculpa da conjuntivite européia e esse ano a gripe suína, mas eu nem estava tão gripada assim.

Uma vez que volto com tudo, indo de moto pra faculdade, pegando o ônibus e jurando que nesse semestre vai ser tudo diferente e eu realmente vou me esforçar, não paro de pensar em quando vai ser o próximo feriado e quantos meses faltam para as férias novamente. E isso é completamente errado, porque vai chegar um dia em que os meses de julho, dezembro e janeiro serão exatamente iguais aos outros meses. Não existirá mais aquela coisa gostosa de saber que as férias estão chegando, quando as suas se resumem há duas semanas por ano. Isso só torna as pessoas mal acostumadas.

E por mais que a vida adulta esteja praticamente batendo na porta e entrando sem permissão, eu ainda me seguro no fio que resta de saber que em dezembro e janeiro eu estou de férias. É tão triste isso, que eu não sei como as pessoas deixaram acontecer. Como se livraram tão normalmente de um sentimento tão bom e peculiar que é o saber que está de férias no próximo mês? É igual ao dia das crianças, feriado esse que ainda não superei. É tão cruel você atingir uma certa idade e saber que não pode mais ganhar presente no dia 12 de outubro porque você não é mais criança, mesmo que as outras pessoas ainda a tratem como tal.

Quando você cresce, eu acho, férias se torna uma palavra que te remete a infância e te faz lembrar dos verões na praia, dos desenhos matinais e de poder brincar no quintal horas a fio sem ter que se preocupar com mais nada além de quem será o vencedor no esconde-esconde. É uma palavra infantil mesmo.

Domingo eu quero ver o Domingo passar…

Posted in 1 on 26/07/2009 by Gabriela Paulin

Eu tenho quase certeza de que domingo é o pior dia da semana.

Olha, quem gosta desse dia que me perdoe, mas nada nele é agradável. Primeiro você já acorda sabendo que o dia seguinte é segunda-feira e isso sozinho já contribui para meu mau humor dominical.

Depois, a programação da televisão é sofrível no domingo, não que não seja no resto da semana, mas acho que os grandes canais se unem para transformar o dia numa experiência televisiva péssima. Começando com a corrida na Globo, passando pelos programas de auditório da Record e do SBT, os filmes sem sentido da TV a Cabo e, por fim, o mais assustador de todos, o Fantástico e aquela música que a cada nota soada nos faz lembrar da chegada iminente da segunda.

A hora do almoço também não é agradável nesse dia. Pelo menos aqui em casa o almoço não sai antes das quatro da tarde e geralmente é aquela comida que você evita comer a semana inteira, mas que no domingo é inevitável, tipo arroz de forno ou alguma coisa com queijo no meio. A única vez que o almoço é agradável no domingo é quando eu vou pra casa da minha avó, naqueles infames almoços familiares, e ela prepara a comida mais deliciosa do mundo: macarrão, batata e carne assada. Ai, eu realmente gosto um pouco do domingo.

De qualquer jeito, o domingo é aquele dia em que eu passo horas e horas encarando o computador, como se este pudesse me dar uma resposta sobre o que fazer. Escuto músicas no you tube, vejo filmes no DVD e leio as revistas semanais que sempre forçam suas presenças aqui em casa, mas tudo isso dura tão pouco que quando eu olho para o relógio ainda são sete horas da noite e eu nem tenho um pingo de sono para poder acabar logo com isso e acordar na segunda-feira logo.

A hora do sono. Nossa como eu detesto ir dormir no domingo à noite. Todos os meus pesadelos fazem uma aparição especial nessa noite e, quando eu tenho que acordar particularmente cedo no dia seguinte, o sono só vem umas quatro horas da manha e eu passo literalmente a noite inteira rolando de um lado pro outro na minha cama. Não tem coisa que eu mais detesto.

Semana passada por exemplo. Eu fui na balada e cheguei em casa umas seis horas da manhã do domingo. Tive que acordar às nove e meia para trabalhar. Quando deu umas nove horas da noite, já estava desmaiada. Acordei às onze e meia achando que já era de madrugada, suada e com o coração acelerado. Tinha sonhado que vampiros bem desagradáveis decidiram que me matar seria muito divertido.

Desde que eu “cresci” e decidi que não deixaria mais acreditar nos meus pesadelos (ou seja, correr para a cama dos meus pais), eles passaram a acontecer raramente, e quando acontecem eles sempre envolvem ETs e cenários do filme “Guerra dos Mundos”. Porem, no domingo passado, eu acordei um pouco assustada e, para ajudar, a porta do armário da minha vizinha ficava fazendo aquele barulho fanho e arrepiante típico de filmes de terror, o que me deixou apavorada na verdade. Ai eu acabei indo dormir super tarde, vendo nada na televisão e odiando o fato de que teria que acordar cedo para ir na faculdade arrumar minha matricula.

No fim, o domingo realmente é o dia mais horrível da semana, pelo menos pra mim. Detesto o desamparo que ele provoca por causa do fim do fim de semana e a ansiedade que ele causa pelo começo da semana. Domingo sucks!

Vontade de fazer nada ao mesmo tempo em que quero fazer tudo

Posted in 1 with tags on 13/07/2009 by Gabriela Paulin

Detesto quando isso acontece. Parece que vou entrar em combustão, uma excitação que vai do umbigo para minha cabeça e explode a cada idéia descartada. Ler um livro – não; a nova Rolling Stones – também não; ver novela – blergh (se bem que a televisão está ligada nela); escrever – talvez, depende do que.

É isso, vontade de não sei o que. No momento estou tendo uma das crises quero sair daqui e morar em Paris. Não sei por que essa cidade é tão querida pra mim, talvez sejam as ruas, a elegâncias das pessoas, ou aquela torre bem no meio, acima de tudo. É incrível o poder daquilo, você pode avistá-la de qualquer lado da cidade e a noite ele explode em brilhos. A luz também pode ser um fator. Aquilo brilha a noite, de dia também, mas a noite brilha muito mais, chega a ser ofuscante de tão belo. Que saudades. Da comida, do cheiro, dos lugares. Paris nunca é demais. Você anda e anda e anda e tem sempre um lugar novo pra descobrir, uma coisa importante pra ver e uma história interessante pra escutar.

Mas, por enquanto, viver lá não passa de um sonho. Assim como tantos outros que eu tenho.

Voltando a vontade de não sei o que, pensei em escrever uma história, reencontrar a vida de Justine, que eu abandonei impiedosamente há uns dois anos atrás, ou acabar de vez com a vida de Eleanor Rigby e Anita Baker, elas estão suspensas há tanto tempo que chega a dar dó. Ou quem sabe, começar algo novo, dar um novo ar à minha depressão de contos tristes, talvez partir para o medo, não sei. Queria ser uma grande escritora de contas de terror, acho demais.

É por essas situações que eu queria tanto saber tocar um instrumento, guitarra ou piano, tanto faz, algo para cobrir as lacunas de tempo que vão sobrando ao longo do dia, não sei se meu irmão adoraria o barulho, mas pouco me importa. Queria realmente algo para cobrir o tempo mesmo.

Preciso guardar as compras do mercado, mas a preguiça é tanta. Esse é o problema quando você quer muito fazer alguma coisa, mas a única coisa que realmente precisa ser feita é muito chata. Provavelmente eu vou deixar as compras em cima da mesa até a última hora, quando o trabalho vai estar acumulado e minha mãe vai entrar marchando em casa, indo direto pra cozinha como ela costuma fazer e ver o trabalho não feito lá. Em seguida, vai começar uma discussão em que eu não faço absolutamente nada para a manutenção da casa e que vai terminar com eu me trancando no quarto até as onze da noite, quando termino o trabalho e desço para jantar.

Enfim, preciso, desesperadamente, de coisas interessantes para fazer!

Gabriela Paulin

Chuva de palavras…

Posted in 1 with tags on 12/07/2009 by Gabriela Paulin

Eu não costumo explicar títulos, porque na verdade sou péssima com títulos, mas esse aqui na verdade, expressa o que o texto é. Nada mais do que um monte de palavras jogadas no fundo branco da tela formando inúmeros pensamentos desconexos. Infelizmente, esse texto não foi escrito pra vocês (se é que existe alguém que lê isso aqui), mas para mim, como forma de liberar o que anda preso na minha cabeça. Boa Noite.

Muito bem, porque é tão difícil escrever. Mas eu digo escrever mesmo. Ficar horas sentado em frente ao computador ou, se você pertence à velha guarda, a máquina de escrever, somente digitando. Palavras grandes, pequenas, bonitas, feias, mas todas com algum significado especial, como se o que estivesse escrito ali fosse mudar completamente a historia de alguém.

Não digo o mundo. Algumas palavras não mudarão o mundo, mas se você conseguir mudar a vida de alguém já é um começo, não?

Eu, por exemplo, adoro o poder das palavras. É tão inebriante que chega a ser viciante o que poucas letras podem causar. Martin Luther King, por exemplo, mudou uma geração com o discurso sobre seu sonho, Paulo Coelho ferrou uma geração com palavras avoadas e superficiais de seus livros e John Lennon influenciou uma revolução inteira com sua música.

Às vezes eu queria ter esse poder. No momento, acho que a pessoa mais afetada pelo que minhas palavras dizem sou eu mesma. Tudo com um certo que de critica, obviamente. Tudo o que eu escrevo é minuciosamente relido e apagado ou modificado. Geralmente eu imprimo um texto inteiro só para fazer uma modificação física e voltar a arrumá-lo no computador. Toneladas de papéis já foram amassados e descartados ao longo da minha vida. Até meus diários (com pouca duração, devo acrescentar – não tenho a mínima paciência) têm que ser perfeitos.

Acho que é isso o que me atrapalha na verdade.

Essa coisa de estar sempre buscando a perfeição. Por que somos assim? O que há de tão perfeito em ser perfeito? No fim, a única pessoa que ficará completamente satisfeita com seu trabalho,  100% contente é você mesmo. Então aproveite o que está lá, digitado na hora, pensado descuidadamente. Pra mim, as coisas mais legais que já escrevi saíram de um momento total de descontração. Na maioria das vezes enquanto fumava um cigarro na porta da minha cozinha, observando o céu, enquanto minha cachorra me dava patadas, pedindo carinho.

Tem alguma coisa nisso de ficar totalmente relaxado em relação ao que se está fazendo que complementa a mente criativa.  Acho que é o fato de não sermos obrigados a pensar naquilo como uma coisa concreta e sim como uma coisa imaginada, feita para cobrir um certo espaço de tempo, mais ou menos como esse texto agora.

No momento estou esperando o aquecedor aquecer a água para eu poder tomar banho. Já passa da meia noite e eu precisava de alguma desculpa para pegar no sono. O banho pareceu a melhor escolha no momento. Mas agora já não adianta mais, porque mesmo que eu ainda não o tenha tomado, meu cérebro está fervilhando de idéias desde que comecei a digitar.

E eu realmente espero que isso não faça mais sentido para ninguém. Porque não adianta receber criticas – mesmo que estas sejam positivas – quando o que você coloca no papel saiu da sua cabeça sem nenhuma segurança, como uma criança que corre pelo parque num dia ensolarado de domingo, sem se importar com o que ou quem esteja em seu caminho.

Afinal, prefiro que minhas palavras sejam a criança no parque do que o pai no carro, preocupado com tudo e perdendo o que está a sua volta, pois para ter as palavras é preciso primeiro observar.

E como eu disse acima, o John Lennon foi responsável por uma revolução com sua música, pode não ter sido pela de vocês, mas pelo menos foi pela minha. Aqui, um vídeo de uma das minhas canções favoritas…Eleanor Rigby.

Gabriela Paulin

Um dia de Chuva

Posted in 1 on 11/07/2009 by Gabriela Paulin

Está chovendo lá fora. Acho que está chovendo desde às sete horas da manhã, quando meu despertador tocou me lembrando que ainda existia um mundo lá fora. De qualquer jeito não me deixei abalar, mesmo com um mundo inteiro lá fora, meus sonhos estavam mais interessantes (esses envolviam uma aranha gigante e um bebê mordido por ela, mas mesmo assim, interessante).

Levantei à uma da tarde. Adoro sábados chuvosos por isso, é como se eu não tivesse nenhuma obrigação, nada mais importante do que deitar na minha cama e passar o dia pescando a programação da televisão. Isso pode se alternar também entre ler alguma coisa, tipo uma revista ou um livro, comer alguma besteirinha e ouvir música enquanto escreve banalidades no computador.

Agora estou ouvindo MGMT, uma das minhas bandas favoritas no momento. Não tem como explicar quando uma banda se torna a sua favorita. Eu por exemplo, tenho inúmeras fases. Começa com uma música, depois vem o álbum e, por fim, o inevitável enjôo. Pouquíssimas bandas ultimante escaparam do enjôo. MGMT é uma delas. O enjôo não consiste na náusea em si, se bem que de vez em quando, geralmente numa noite de trabalho bem chata, quando a música já tocou cinco vezes, isso pode se transformar num sintoma.  O enjôo está mais na chatice das batidas da música, como se aquilo estivesse martelando na sua cabeça há mais ou menos um ano. È repetitivo, desgastante. Um horror.

Mas enfim, voltando a chuva, não tem dia mais perfeito, na minha opinião, como o de hoje. Acho saudável tirar um dia para fazer absolutamente nada. Eu não acredito que seja necessário sair todas as noites para fazer a vida valer a pena e, nesse feriado, eu queimei minha cota de saídas – e todas valeram à pena -, mas hoje, hoje realmente é aquele dia preguiçoso. Daqui a pouco vou fazer meu inevitável chocolate quente das tarde de julho, ligar a televisão e, pra finalizar, fumar um cigarro enquanto folheio o jornal.

À noite já tenho programa. O filme “A Culpa é do Fidel”, às 22h, no Cinemax. Sinceramente, não preciso de mais nada. Até o barulho da chuva fica gostoso, melhor seria uma lareira, mas nem tudo é possível. De qualquer jeito, o valor da lenha é supervalorizado nos dias de hoje.

Como falei em MGMT, acho que vou postar um vídeo deles.

Gabriela Paulin